A moda é... privatizar!
A moda agora é... privatizar!
Não se assustem. Não vou privatizar. Este blog já é tão restrito e tão pouco lido (e digo isto sem ponta de dor de corno ou algum tipo de pena) que não valeria a pena privatizar.
Medito sobre o assunto prestes a irritar-me, a indignar-me, a soltar desabafos, críticas mais ferozes e depois... Depois 1, 2, 3 - inspiro, expiro, solto um sorriso e concluo que realmente cada um faz o que quer com a sua vida e cada um põe, dispõe e expõe aquilo que bem entender. Mas cá dentro, pensando no assunto com seriedade, há qualquer coisa que me faz comichão, que me provoca um friozinho na barriga.
Quando me iniciei no mundo dos blogs foi pela leitura de alguns chamados "babyblogs". Primeiro pelo fascínio que sempre tive pelo mundo infantil e pela maternidade. Depois quando chegou a minha vez e tudo me parecia tão assustadoramente novo que me servi de alguns deles para sorver toda a informação que julgava (e continuo a julgar) não encontrar nos livros. E aos poucos, devagar, o hábito foi-se tornando diário. Dei por mim a abrir os mesmos blogs dia após dia, quase pela mesma ordem e a interessar-me pelo quotidiano de pessoas como eu, com dúvidas existenciais como eu, de carne e osso, tal e qual. E assim, de mansinho, entraram para a minha pequena família virtual, aquela família que nós escolhemos, que não nos é imposta pela vida. Apenas num caso a situação extrapolou para a "realidade" e essa pessoa passou dos afectos virtuais aos afectos efectivamente reais numa questão de instantes. Mas esta excepção à regra daria (e dará, concerteza) origem a muitas dissertações emocionadas e não é dela que falo agora. Falo, sim, dos blogs que eu costumava visitar diariamente, em que as portas estavam sempre abertas, onde, a maior parte das vezes, nem sequer comentava, mas que lia com interesse desmedido. Agora dou pela maior parte deles privatizados, alheios à minha leitura, tementes de pedófilos e pessoas mal intencionadas que, bem sabemos, abundam na internet. Desculpem-me, não peço permissão para entrar. Recuso-me a mandar um mail a pedir, por favor, acesso de entrada na vossa vida. Quem sou eu, de facto, que legitimidade tenho para que ma concedam?... Este facto não me choca, só me entristece.
O que me choca mesmo é que muitas destas pessoas não tenham ponderado antes acerca da privacidade/segurança das suas crianças. O que é que muda depois do rapto da pequena Maddie? Nada. Tantas crianças são raptadas todos os dias, já soube de tantas situações ocorridas no Colombo em que as crianças são levadas, rapam-lhes o cabelo na casa de banho, drogam-nas e depois são levadas ao colo, como se de suas filhas se tratassem. Isto já acontece há tanto tempo...
Sim, já tive um blog em que falava da minha gravidez. Deixei-o assim que o meu filho nasceu. Não só por causa da questão da segurança, mas porque não era eu, confinada a um espaço em que só se debatem fraldas e chupetas. Esse não era o meu registo. E depois, quem sou eu para expôr a vida da minha família? Eu penso assim, atenção que não tenho nada contra quem pensa o contrário. Mas o que me faz comichão mesmo a sério é que as pessoas só acordem agora para esse tipo de situações. E pior, incutir medo às crianças quando os pais fizeram aquilo que nunca se deveria fazer: deixar 3 crianças sozinhas a dormir enquanto jantavam.
Resumindo: agora que a moda é privatizar digo a todos os que fecharam as portas "Have a good life!". Mas em jeito de conclusão rebato: já não posso com tanto "Privatizámos"...
Não se assustem. Não vou privatizar. Este blog já é tão restrito e tão pouco lido (e digo isto sem ponta de dor de corno ou algum tipo de pena) que não valeria a pena privatizar.
Medito sobre o assunto prestes a irritar-me, a indignar-me, a soltar desabafos, críticas mais ferozes e depois... Depois 1, 2, 3 - inspiro, expiro, solto um sorriso e concluo que realmente cada um faz o que quer com a sua vida e cada um põe, dispõe e expõe aquilo que bem entender. Mas cá dentro, pensando no assunto com seriedade, há qualquer coisa que me faz comichão, que me provoca um friozinho na barriga.
Quando me iniciei no mundo dos blogs foi pela leitura de alguns chamados "babyblogs". Primeiro pelo fascínio que sempre tive pelo mundo infantil e pela maternidade. Depois quando chegou a minha vez e tudo me parecia tão assustadoramente novo que me servi de alguns deles para sorver toda a informação que julgava (e continuo a julgar) não encontrar nos livros. E aos poucos, devagar, o hábito foi-se tornando diário. Dei por mim a abrir os mesmos blogs dia após dia, quase pela mesma ordem e a interessar-me pelo quotidiano de pessoas como eu, com dúvidas existenciais como eu, de carne e osso, tal e qual. E assim, de mansinho, entraram para a minha pequena família virtual, aquela família que nós escolhemos, que não nos é imposta pela vida. Apenas num caso a situação extrapolou para a "realidade" e essa pessoa passou dos afectos virtuais aos afectos efectivamente reais numa questão de instantes. Mas esta excepção à regra daria (e dará, concerteza) origem a muitas dissertações emocionadas e não é dela que falo agora. Falo, sim, dos blogs que eu costumava visitar diariamente, em que as portas estavam sempre abertas, onde, a maior parte das vezes, nem sequer comentava, mas que lia com interesse desmedido. Agora dou pela maior parte deles privatizados, alheios à minha leitura, tementes de pedófilos e pessoas mal intencionadas que, bem sabemos, abundam na internet. Desculpem-me, não peço permissão para entrar. Recuso-me a mandar um mail a pedir, por favor, acesso de entrada na vossa vida. Quem sou eu, de facto, que legitimidade tenho para que ma concedam?... Este facto não me choca, só me entristece.
O que me choca mesmo é que muitas destas pessoas não tenham ponderado antes acerca da privacidade/segurança das suas crianças. O que é que muda depois do rapto da pequena Maddie? Nada. Tantas crianças são raptadas todos os dias, já soube de tantas situações ocorridas no Colombo em que as crianças são levadas, rapam-lhes o cabelo na casa de banho, drogam-nas e depois são levadas ao colo, como se de suas filhas se tratassem. Isto já acontece há tanto tempo...
Sim, já tive um blog em que falava da minha gravidez. Deixei-o assim que o meu filho nasceu. Não só por causa da questão da segurança, mas porque não era eu, confinada a um espaço em que só se debatem fraldas e chupetas. Esse não era o meu registo. E depois, quem sou eu para expôr a vida da minha família? Eu penso assim, atenção que não tenho nada contra quem pensa o contrário. Mas o que me faz comichão mesmo a sério é que as pessoas só acordem agora para esse tipo de situações. E pior, incutir medo às crianças quando os pais fizeram aquilo que nunca se deveria fazer: deixar 3 crianças sozinhas a dormir enquanto jantavam.
Resumindo: agora que a moda é privatizar digo a todos os que fecharam as portas "Have a good life!". Mas em jeito de conclusão rebato: já não posso com tanto "Privatizámos"...